segunda-feira, 25 de abril de 2011

Doar x Não doar

Americano condenado à morte quer doar seus órgãos, mas Justiça não permite

Um norte-americano condenado à morte pela Justiça do Estado do Oregon quer doar seus órgãos depois de executado para fazer um bem para a sociedade depois de ter assassinado sua mulher e seus três filhos pequenos, segundo a MSNBC.

Christian Longo, de 37 anos, afirma que a doação de seus órgãos pode salvar a vida de seis a 12 pessoas que estão na fila de espera por um transplante. "Poder salvar tantas vidas significa muito para mim", diz o assassino que está preso há quase dez anos na Penitenciária de Oregon, em Salem.

Fonte: UOL Notícias

Assisti essa matéria hoje pela manhã, em uma das raras oportunidades em que ligo a TV em casa.


A princípio o dilema me pareceu muito fácil de se resolver: o cara é assassino confesso, condenado à pena de morte e quer doar os órgãos. Isso ajudaria a salvar pelo menos 6 vidas de pessoas inocentes que esperam na gigantesca fila de transplantes dos EUA. Por que não deixar?
Porque a eutanásia usada destrói os órgãos.

Bom, praticamente, o criminoso criou uma teia para provar que a justiça não está disposta a ajudar e ele sim. Inversão de papéis. Ele quer doar órgãos, mas como tornar isso possível? Somente em caso morte cerebral ou natural.
Tendo visto que o sujeito é saudável, não deve morrer de morte natural ainda esta semana e para ter morte cerebral, só sofrendo um avc, um grande impacto na cabeça, de acidente ou coisa mais brutal (enforcamento, estrangulamento,... essas técnicas usadas na inquisição e nas franquias de Jogos Mortais).

O cara foi sagaz.

É triste e notavelmente manipuladora a atitude dele. Ele quer que a justiça mostre que não se importa com as vidas dos que precisam, quer fazer a sociedade ficar contra a decisão deles de negar os órgãos a quem precisa. Pede para ser morto de forma desumana, como um mártir, para "devolver" aquilo que tirou do mundo (não que ele diga isso), quer ver até onde os que o culpam por matar aceitam ir para dar a vida a quem suplica por ela.

É cruel. Muito cruel...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

TED x ABSURDOS x PROVIDÊNCIAS

Hoje pela manhã estava indo trabalhar e vi um cachorro tão magro que precisei voltar para comprar algo para dar a ele comer. Minha consciência não me deixaria seguir em frente. Porque a razão daquele cachorro estar ali daquele jeito, ao lado da estação de trem, é o descaso que as centenas de pessoas fazem ao passar por ele fingindo que não o vêem.


"Não é meu cachorro, não fui eu que deixei aí". Não interessa, ajude. "Coitado... Mas uma hora alguém ajuda". E "alguém" pode nunca vir... Imagine depender dessas pessoas para viver.

Repare que o cachorro tem coleira. O que leva alguém pôr uma coleira em um animal (chamá-lo de seu) e abandoná-lo? Sim, foi abandono. A coleira está em bom estado. Ou seja, descarte a possibilidade de que ele havia fugido há tempos e estava passando fome na rua. Passou fome em casa. Foi largado a própria sorte. Gente doente, irresponsável e má.
Estão vendo os restos de um saco de lixo junto dele? Ele não estava só ao lado do lixo. Estava chafurdando o lixo, cansado, agoniado. Faminto. Eu comprei uns 3 desses joelhos de frango para dar para os cachorros de lá.


Mas não é só com bichos que me sensibilizo. No caminho ainda, vi um mendigo estirado sobre dois colchões bem grossos, praticamente novos, descartados em plena calçada. Sempre olho essas situações com espanto, porque a primeira reação é pensar que uma pessoa estirada na calçada pode ser um cadáver. Não era o caso. Ele dormia com metade do corpo para fora dos colchões. Fiquei imaginando: ele não devia dormir tão bem há tempos, mesmo que naquela posição. A van passou rápido pela cena. A cena não passou rápido por mim.

São tantas discrepâncias na nossa sociedade que, se uma máquina fotográfica não fosse tão visada nas ruas, podia sair batendo foto de tudo e fazer uma bela exposição. Chamaria de: ABSURDOS.
Todos poderiam colaborar com fotos dos absurdos que tivessem presenciado para esfregar na cara da sociedade a forma com que estão agindo, chocar e incentivar a mudar.

Vai ver esse meu pensamento é um reflexo das palestras do TEDxRio a que fui ontem...

Aí você me diz: "É fácil apontar o erro na atitude dos outros, não é? Onde estão os seus?"

Tenho um monte de falhas. Centenas delas. Todos temos. Mas concordo que seja mais fácil enxergar o erro dos outros... E aliás, por que não tentar resolvê-los? Por que não se mexer e agir?
Por isso, só poderia participar da exposição quem fotografasse o absurdo e, logo em seguida, a atitude que tomou para mudá-lo. Afinal, ABSURDOS x PROVIDÊNCIAS seria um nome muito melhor.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Gari

Estava indo para o trabalho e vi alguns funcionários da Comlurb cortando a grama de uma rua perto da minha casa. Olhei atentamente, pois como a rua beira uma chácara, algum bicho poderia estar escondido ali, assustado com o barulho, e eu queria evitar ao máximo que algum se ferisse. Esperava ver um gato acuado ou um filhote de passarinho perdido, no máximo um sapo surdo... Em vez disso surge, do meio do matagal, um cachorrinho minúsculo que, nem me perguntem como, já sabia andar!

O nanico não estava perdido ou assustado. Andava feliz com o rabinho levantado, com rumo certo: foi direto aos pés de um lixeiro que varria ali. Ele saltitava e lambiscava as botas do gari, que se derretia todo: "como é que eu vou deixar ele aqui? Como é que eu vou fazer isso?", perguntava ao colega como quem pergunta à própria consciência.
O colega ria da cena, sem nada dizer.

Fui seguindo a rua, me aproximando, e falei: "e agora? Tadinho!". Não queria o deixar ali também, mas achei que näo precisava dizer o óbvio "ele gostou de vc", pois ambos haviam se apaixonado! O cachorrinho era uma fofura, inocente, destemido e cabia no bolso. Ele já havia escolhido seu novo dono e estava determinado, jogando todo seu charme pra cima dele! Eu poderia ser a porta-voz do pequeno no mundo dos humanos, mas com cuidado, para não ouvir do lixeiro: "eu näo posso! Eu to no meio do trabalho, leva você!", e pôr todo o futuro daquele cachorro em risco.

Não disse mais nada, admirei enquanto pude, sorrindo feliz.
Mas ainda deu pra ouvir uma frase, dita pelo mesmo lixeiro, que me deixou cheia de esperança:
- Olha o Gari! O Gari! Como é que eu vou te deixar aqui?
Ele tinha dado um nome ao cachorro. E estava falando com ele! Sem saber, respondeu à própria pergunta: não deixaria.

domingo, 4 de abril de 2010

Efeito Flash Mob

Flash mob quando é bem feito me dá arrepios. E muito orgulho por ver uma demonstração de união tão intensa de pessoas que, quase sempre, nem se conheciam e decidem SE INTEGRAR para fazer algo em prol de um mesmo objetivo.



Alguns vídeos que vejo me dão uma vontade enorme de ter estado presente no dia desses eventos para ver e participar, mesmo que de forma mambembe e desajeitada, da mobilização. Acho que esse é o real objetivo final e mais nobre do Flash Mob. Atingir quem está ali na hora e perpetuar esse momento, levando uma emoção bastante parecida, aos que acompanharem de casa.

Os encontros quase sempre são marcados pela Internet, e isso é o que me impressiona mais no resultado de algumas das "invasões". Porque são pessoas sobre as quais não se tem nenhuma certeza, nem de que irão comparecer e nem da habilidade com que se comportarão. Tudo acontece na base da confiança cega. Da sorte. O que torna o risco organizar um Flash Mob ainda mais alto.

Já pude assistir alguns vídeos de fiascos e é muito triste, frustrante diria, ver que algo não deu errado por ter sido mal pensado ou realizado. Imagine para quem dedicou tempo em fazê-lo.
Pois é. No entanto, quando dá certo gera esse efeito maravilhoso, que só causa orgulho e comoção. Imagino que seja impossível ficar parado vendo uma onda dessa se aproximar de você. E ponto alto na cara de desespero da Oprah! Hahaha



Ou nesse caso, ainda mais incrível, por mais pressa que tenha, você precisa ficar parado.




Só posso dizer que sou fascinada por isso. :) Para mais ótimos links, visite essa lista da @veja que selecionou os 10 melhores Flash Mobs do Mundo: http://migre.me/tKu9 E divirta-se! \o/

sexta-feira, 2 de abril de 2010

E de onde surgiu essa vontade de participar de um Reality Show?

A pergunta é pertinente. Antes de respondê-la, gostaria de justificar minha ausência aqui: gosto de usar esse blog para momentos realmente marcantes, únicos, e que desejo tornar públicos.
E como a inércia me apavora, sigo me movimentando lentamente... porém, num deslizar seguro e constante. ;)

Minha vontade de participar de um Reality envolve pessoas que, tenho certeza, nem fazem idéia disso. Foi numa gravação do filme "Podia Ser Pior", de Ian SBF, na qual trabalhei como assessora de imprensa, que conheci alguns figurantes. Dentre eles, a Ariane, uma loirinha que me lembrava muito a @danibuarque.
Conversando com a guria sobre trabalhos anteriores, ela me disse que já havia participado de um reality show. "É, um reality show!".

A primeira coisa que fiz foi tentar me recordar dela na TV ou em algum outro registro mental. Nada me veio à cabeça. Ela explicou que era um reality em que os participantes "trocavam de balada". Ela, do Rio, ia para Sampa, e o paulista vinha para cá. Eles curtiam UM MÊS de baladas com os amigos do outro! Uma idéia diferente...
Mas nem bem ela terminou de me contar do que se tratava o programa, eu já pensei: "Taí uma experiência que eu gostaria de ter. Também gostaria de contar que já participei de um reality show. Que coisa diferente, divertida!"

Não faz nem muito tempo, mas a idéia permanecia amortecida na minha mente e sem demonstrar nenhuma vontade de ser esquecida. A partir dali, daquela conversa no set, estar em um reality passou a ser algo que notei que realmente queria fazer e não sabia.

Fico realizada de saber que, em breve, minha meta estará cumprida! O que quero dizer com isso é que: Queira as coisas, queira de verdade! E queira calado... Se forem de acontecer, acontecerão.



Reality Show #NaSocial - Claro e BlackBerry
Torçam pela dupla do RJ!

Mais infos (e mais vídeos): www.nasocial.com.br

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Foi assim... (Defesa de Monografia)

Depois vou atualizar aqui com as fotos/vídeo.

Foram 3 minutos de total fristaile. Nada do que eu planejei falar (NADA) acabou entrando no plano b. "Qual seu objetivo com o tema, método de pesquisa e considerações". Só! Mas eu sentia que ia ser assim, não adianta.

A ansiedade era muita, eu fui pra frente da sala dando pulos, parecia animadora de platéia do Faustão. Típico eu. Aí me controlei e falei. Isso ja eram mais de 20h, eu cheguei na faculdade às 18h, mas 8 pessoas chegaram antes de mim... Muita tensão. Eles me viam como a pessoa calma.

- Menina, como você consegue ficar assim?

Eu já estava cansada, sem comer o dia todo, não tinha mais energia para gastar atoa. Só com entrevistas tolas com os alunos, que tenho que upar depois, porque obviamente filmamos. Até tinha levado uns doces pra comer, mas dei todos lá na hora.

Era muito entra e sai da sala onde a banca acontecia. A cada decisão de nota, precisávamos TODOS sair, para depois sermos chamados de volta para a próxima. Cada defesa levava em torno de 15 minutos.

Na minha vez, até esqueci que tinham os comentários dos professores... Eu ia sentar quando hesitei e vi que eles começariam a falar. Ricardo França foi o primeiro... falou que não se espantou com meu trabalho, que já conhecia meu texto e que inclusive pegou meu projeto para a matéria dele e enviou para toda a turma, para que eles se espelhassem e pudessem elevar o nível dos trabalhos. (Uma honra ouvir isso!). Ele comentou minha busca por padrões na monografia, que parecia que eu estava comentando a teoria do caos e que, no fim, consegui provar que havia relação em tudo. Que o tema foi muito bem estruturado e que ele gostou muito. Pronto.

Um ótimo começo, pensei. Respirei aliviada.

Depois, foi a vez do Mauro Leão, ele disse que a monografia tinha tópicos que podiam se esperar deste tema, que fui por caminhos ousados, consegui esclarecer e estruturar bem. E que o capítulo sobre "Internetês", por si só, dava uma monografia. Sugeriu que eu desse continuidade ao trabalho, em uma pós. Também falou da abrangência do tópico "Real x Virtual", que é uma discussão que suporta muitos desdobramentos por o virtual criar essa possibilidade do contato-sem-o-contato.

Neste momento, eu pude dizer algo que gostaria muito de ter falado, mas que sem o roteiro ficaria meio estranho: O capítulo II foi o que mais gostei de fazer. Por essa discussão tão vasta do Real ao Virtual. É um assunto muito rico e muito interessante, pelas formas em que pode ser visto e as formas com que entra na nossa vida. Pena que precisei parar no limite das 17 páginas. (Ia extrapolar e isso faz o texto perder o interesse).

Em seguida, Luciene Setta, minha orientadora falou. Disse que era isso, que foi um trabalho que deu muito orgulho a ela de orientar (sendo ela a primeira no Brasil a falar do tema "relacionamentos virtuais"), e teceu elogios a mim e à monografia.

Então, foi solicitado que saíssemos todos da sala. Eu e todos que assistiam...

Saí. Saímos.
Essa hora não tem mais o que fazer, e é justamente nesta hora que dá a aflição maior. O que tive a intenção de fazer, fiz, e está escrito, o que pude falar, falei e não dá para voltar atrás, a hora passou. Eu não fiz um trabalho para 8 ou 9. Esse era meu único medo... Sair de lá sem 10.

Eu pulava do lado de fora da sala e tocava todo mundo no braço: "olha como eu to gelada! olha como eu tô! caramba, que nervoso. ai". Eu tocava até gente que eu não conhecia. A resposta era unânime: "que isso, que gelo!". Podia ser a fome me deixando assim... Mas a vontade de desmaiar ainda não vinha, tampouco eu pensava em comer essa hora.

A porta se abriu, Luciene pediu que eu entrasse.
Entrei sozinha.

Na sala, também estava um único mestre que não precisou sair junto do público. O nome dele? Marcelo Sosinho. Então não estava sozinha, estava sozinha com o Sosinho. (ha ha! ok).

Voltei para o centro da sala, onde estava no começo da apresentação. Dessa vez, Luciene fez colocações que me deixaram surpresa: "Bem, antes de tudo, quero dizer que a Thaisy foi uma aluna sempre muito interessada e foi muito bom orientá-la nessa monografia. Principalmente, porque é bom quando você vem pra um projeto onde o aluno já seu sobre você, conhece a obra que você fez... e quer dar novos desdobramentos pro tema, isso é muito gratificante. E ela é aquele tipo de aluna que TODA SEMANA chegava com uma vasta pesquisa. Quando ela chegava, já era aquela coisa: "Ai, lá vem ela...". Sempre indo atrás, sempre produzindo um material muito bom. Então, Thaisy, por isso, a decisão da banca é que você tirou 10".

Eu gritei. Um gritinho ridículo de quando você vê barata. (Minto, eu grito feito louca quando vejo barata). Foi um gritinho de "ai 10!". Era tudo que eu queria ouvir, sabe? E ouvi. E fui correndo abraçá-la. E fui abraçar todos os professores. Um por um. E ouvi o França dizendo: "quebrando o protocolo". Nessa hora, eu me senti mais que nunca naquela situação que perguntei pra quem já passou por isso, no twitter: "Parece que a gente tá no Ídolos?". PARECE. Tem até um protocolo de não abraçar o "júri". rs. Mas é, abracei todo mundo e até o Sosinho, pra ele não ficar lá sosinho sozinho olhando. (Essa piada é muito boa!)

- Mereceu. -, disse o profº Ricardo França.
- Ela é o tipo de aluna que de tão certinha chega a ser chata! -, falou profª Luciene piscando o olho e rindo.
Confesso que deste último "elogio" eu não gostei, não. Mas vá lá. Se é pra conseguir o melhor DE MIM e de quem trabalha comigo, eu vou ser "chata" mesmo. Sempre!
Profº Mauro Leão parabenizou e sorria com minha alegria.

A melhor parte foi quando saí da sala! Os olhares de todos no corredor, arregalados num misto de medo+apreensão, um maior que o outro. Todo mundo me fuzilando com cara de: "E AÍ???".
E eu saí com a maior cara de brava/choro, passando direto por eles. E quando estava há uns 3 passos (meus passos são largos), eu olhei pra trás rapidamente e disse: "Tirei 5".
Continuei andando.
Cara, a galera abismaaaaaaada! Pasma! hahahaha Tadinhooos!
Aí voltei pulando e berrando: MENTIRA!!! TIREI 10!!!

Ahahaha e é tão bom ver as fotos dessa hora... Tão bom... Um sorriso tão grande, por um pedaço de papel. Um pedaço de papel que demorou 5 anos para chegar na minha mão perde sua função de "pedaço de papel", é como o virtual que chega a ser "atual". É uma realização. E só quem passa por isso, de conquistar esse pedaço, COM TODO MÉRITO, é que sabe o que significa.

Opa! Como diz minha folha de grau: Um primor.
Com licença agora, senhores, sou uma Jornalista.

Monografia

Meu tema são as relações afetivas na rede, um estudo de caso das formas de interação no Orkut.

Comecei abordando a Evolução da Internet, das Comunidades (a transição do real ao virtual) e dos novos usos para palavras antigas, dando surgimento ao Internetês e Emoticons.

No Cap II, falo do Real x Virtual. O real se traduz em virtual em vários setores (economia - e-commerce, cultura - MP3 e transmissão de shows on-line, política - transmissão ao vivo dos plenários e contato com os políticos através de e-mails, educação - aulas à distância). Para Lévy, o real se opõe ao atual. A semente é a virtualidade da árvore. Paul Virílio e Jean Baudrillard são mais radicais quanto ao virtual, consideram negativas as influências da Era da Informática à vida, condenam o falso-dia-eletrônico (a luz de lâmpadas), e foram inspiração para os roteiristas de Matrix. Embora o próprio Virílio prefira dizer que sua obra se assemelha mais ao Show de Truman, onde a sutileza com que o real se traduz na realidade aumentada da virtualidade estaria mais próxima do que quer dizer. "A realidade construída", que é como se refere aos reality shows.

Falo ainda das Relações On-line, que tem base na interatividade, encontrando mais estabilidade nas comunidades que nos chats, pelo contato seguido em um ambiente que se apresenta fixado na rede, diferente dos chats, em que se pode sair "sem deixar rastros", segundo a socióloga Sherry Turkle. E abordo o Amor Líquido de Bauman, em que a busca por segurança faz com que os laços formados sejam muito mais frágeis e facilmente desfeitos. As relações são fluídas e passíveis de serem descartadas, sempre que uma oferta mais interessante apareça.

Para chegarem ao Fim das Distâncias, com a quebra das barreiras virtuais, a segurança que as separa do mundo, através da facilidade com que tudo pode chegar a gente por meio dos serviços delivery, como menciona Luciene Setta, faz com que todos se afastem ainda mais da realidade. A tendência vista é de que as pessoas deixem de viver sua vida real para aproximar-se do virtual. (as lan houses em shoppings, cheias de pessoas que preferem se comunicar com quem está distante a interagir com tantos que estão logo ao lado). As afinidades são as motivadoras desta aproximação, todos querem ser aceitos. É a empatia que cresce quanto mais o outro se aproxima do ideal imaginado.

Por fim, o Estudo de Caso.
A escolha dos personagens foi feita em comunidades ligadas ao segmento, com pessoas que participavam dos tópicos.

Nas comunidades foram analisadas as descrições feitas pelos donos, quantidade de membros que elas reuniam (a maioria com este tema de relacionamentos on-line possui mais de mil membros, algumas com 10 mil outras com até 25mil - a maior- mas foram escolhidas menores, pois nas grandes prevalecem quase sempre os jogos).

Nos perfis, primeiro foram vistas as recomendações do próprio Orkut aos membros em seus perfis pessoais, com características físicas, o que gostam, não gostam, comprovando o que Baumam diz com relação à importância da experiência anterior, em uma das perguntas. Foram escolhidos casais para falar de suas experiências, chegando a considerar que houve o bate-papo intenso, sempre iniciado por meio da afinidade, chegando a quebra das barreiras virtuais e mostrando que o Orkut é um ambiente propício para este tipo de troca afetiva.